Artigo de Guilherme André
21-08-2019

O Fiat Uno Turbo i.e. pertence à respeitável categoria de “pocket rocket” dos loucos anos 80 e 90. Longe dos filtros e despreocupado com emissões de CO2, a única medida a tomar pelo condutor era segurar-se bem ao volante e, a partir das 3500 rpm, divertir-se. Para os jovens dessa época este é, certamente, um veículo que deixa saudades apesar da segurança nunca ter sido o seu ponto forte. Neste artigo falamos da segunda geração comercializada entre 1989 e 1994.

O 1.4 era o seu maior destaque

No entanto, o Turbo i.e. estava equipado com o brilhante 1.4 Turbo oito válvulas que debitava 118 cv, um valor respeitável para a época (da sua categoria só o Renault Super 5 GT Turbo tinha mais cavalagem). Até às 3500 rpm pouco ou nada desenvolvia, contudo, a verdadeira magia surgia depois desse valor. O mítico turbo Garrett T2 de geometria fixa nos 0,8 bar tirava sorrisos a qualquer um. Apresentava de forma instantânea e, por vezes, imprevisível os 118 cavalos e 165 Nm de binário.

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Este motor com duas caras (ou tudo ou nada) tornava a condução em percursos com curva e contracurva uma verdadeira loucura. Porém, era essa característica que o tornava tão apelativo. A dianteira limitava-se a tentar evitar o patinar das rodas quando surgia a potência instantânea. Já a traseira pouco ou nada colaborava e caracterizava-se pela firmeza e desconforto para os passageiros.

O painel de instrumentos era muito completo

No entanto nem tudo era mau, bem pelo contrário. No interior o Turbo I.E. caprichava com a quantidade de equipamento que apresentava. Ao contrário de alguns dos seus rivais, tinha vidros elétricos, fecho centralizado e um painel de instrumentos recheado de informação.

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De facto, para além dos típicos conta rotações e mostrador de velocidade, o Turbo i.e. puxava pelas emoções dos “petrolheads” quando o ponteiro da pressão do turbo disparava repentinamente. Contudo pecava num apontamento: a qualidade de construção deixava muito a desejar.

Fiat Uno Turbo i.e. são cada vez mais raros

Depois de uma breve pesquisa pelas plataformas de compras online de veículos, foi fácil perceber que são escassos os exemplares à venda. Pela fama que ganharam, provavelmente muitos dos que percorreram as estradas portuguesas tiveram um final inglório. No entanto, a raridade tem elevado o valor a pagar. Se em novo, o preço base rondava os 12 500 euros, atualmente variam entre os 5250 e os 10 500 euros.

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Percorra a galeria e veja alguns exemplares deste “pocket rocket”.

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