Renault Megane RS Trophy, o destruidor de curvas
Da divisão desportiva da Renault têm saído alguns dos melhores compactos desportivos dos últimos anos e este Megane RS Trophy não é exceção.
Quase nem é preciso conduzi-lo. Isto porque qualquer uma das palavras que compõem o nome deste desportivo retiram logo qualquer dúvida que possa surgir sobre as suas capacidades. Desde logo porque a Renault tem uma longa tradição neste tipo de automóveis, mas também porque é difícil não associar as versões RS do Megane a uma extrema eficácia dinâmica. Quando a equação inclui o factor Renault Sport, o resultado é quase sempre este. É da divisão desportiva da Renault que têm saído alguns dos melhores compactos desportivos dos últimos anos e este Trophy não é exceção. Assim, não será uma surpresa para ninguém se dissermos já que este Megane RS Trophy é, simplesmente, excelente.
4Control para total controlo
O principal responsável pela dinâmica excecional é o sistema 4Control de quatro rodas direcionais. A baixa velocidade, o 4Control força as rodas traseiras a virarem no sentido oposto ao das dianteiras, beneficiando a agilidade. E de que forma! Não só exige menos ângulo no volante na abordagens às viragens mais apertadas, como transforma por completo a forma como o Megane as descreve, serpenteando por entre as curvas. A frente é rápida e precisa e o eixo traseiro quase parece vivo com tanta liberdade de movimentos. O divertimento está mais do que assegurado! A velocidades superiores, as rodas traseiras viram no mesmo sentido das do eixo dianteiro, beneficiando a estabilidade e permitindo-lhe ser igualmente eficaz nas curvas mais largas. Impressionante!
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Outro grande argumento para a excelente dinâmica é o chassis Cup. Esta é uma configuração específica da Renault Sport que está sempre associada ao Trophy. Este inclui, por exemplo, o diferencial autoblocante mecânico Torsen, cujo efeito na tração é notório nas situações mais exigentes, como à saída das curvas sob forte aceleração. O efeito do autoblocante faz-se sentir de imediato, mordendo o asfalto na procura de tração e colocando o eixo dianteiro na rota certa. No que diz respeito à suspensão, quer os amortecedores, quer as molas e as barras estabilizadoras têm afinação própria.
Veja o vídeo deste ensaio:
Relativamente a modos de condução, o RS Trophy não dispensa o já conhecido Multi-Sense. Através deste sistema é possível, por exemplo, acalmar os ânimos do motor e aumentar a assistência da direção ou, por oposição, colocá-los no modo mais extremo, o Race. Esta sim, a configuração que mais tem a ver com o Trophy e que o deixa completamente focado na máxima eficácia e rapidez. No entanto, com as ajudas à condução fora de cena, é o condutor o único responsável por manter o mais radical dos Megane na linha.
Motor é mais pequeno, mas a potência subiu
Relativamente ao Trophy da geração anterior, que utiliza um motor 2,0 lt de 275 cavalos, a cilindrada pode até ser inferior mas a potência atinge agora os 300 cavalos. Mas mais do que a potência, que está lá toda, sempre que queremos, o motor 1,8 lt impressiona pela disponibilidade a baixos regimes. O binário máximo de 400 Nm começa desde cedo a notar-se, atingindo o seu pico às 3200 rpm. A caixa manual de seis velocidades possui um tato mecânico e firme, no entanto podia ser ligeiramente mais rápida, ajudando nos arranques fulminantes do Trophy.
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E porque num automóvel como este a sonoridade do motor tem um papel preponderante para a experiência, a Renault Sport equipou o escape com uma válvula mecânica que faz as delícias de quem o conduz ou simplesmente o vê passar. A sua posição varia de acordo com o modo de condução selecionado. Assim, no modo Race, por exemplo, o Trophy não passa despercebido a quem não reparou no belíssimo amarelo Sirius da sua carroçaria. Para abrandar o andamento, que rapidamente se torna ilegal, o RS Trophy está equipado com incansáveis travões Brembo. O seu desempenho é essencial para a rapidez do Trophy num traçado sinuoso. Reduzem, igualmente, o peso não amortecido em cerca de 1,8 kg por roda.
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Falar de consumos num ensaio a um automóvel com estas capacidades dinâmicas soa sempre desajustado. No entanto, e porque apesar da rigidez da suspensão o Trophy mantém a habitabilidade e aptidões familiares dos Megane mais comuns, fique a saber que, com muita atenção ao acelerador, é possível registar médias entre os 8 e 9 litros/100 km em andamento normal. É difícil, mais ainda mais complicado é resistir a pisar a fundo no acelerador de cada vez que a estrada assim convida.
Preço e IUC
Preço base: 48 100 €
Preço da unidade ensaiada: 54 100 €
IUC: 238,66 €
Ficha técnica
Motor e transmissão
Colocação: dianteira, transversal
Cilindrada: 1798 cc, quatro cilindros em linha
Alimentação: injeção direta, gasolina, turbo
Potência: 300 cavalos às 6000 rpm
Binário: 400 Nm às 3200 rpm
Caixa: manual de 6 velocidades
Consumo e performance
Consumo médio declarado: 8,1 lt/100 km
Consumo médio verificado: 8,5 lt/100 km
Aceleração 0-100 km/h: 5,7 segundos
Velocidade máxima: 260 km/h
Dimensões
Comprimento/largura/altura: 4364 mm/1875 mm/1435 mm
Capacidade da mala: 384 litros