Mazda 3 1.8 Skyactiv-D, um compromisso ideal entre razão e emoção
Com 116 cavalos e 270 Nm, o motor 1.8 supera o antigo motor 1.5 Skyactiv-D em potência e em binário.
Algo que é notório logo após os primeiros quilómetros ao volante do novo Mazda 3 é que este é um automóvel que dá nas vistas. Foram inúmeras as pessoas que com ele se cruzaram e que não resistiram a uma última olhadela à sua passagem. Outras, até, apontaram, frisando: “Olha, o novo Mazda 3.”
O segredo de tão imediatas reações positivas está nas linhas inspiradas da mais recente interpretação da linguagem de design Kodo da Mazda. O novo 3 é um dos raros exemplos da indústria automóvel em que a versão final de produção tem um design efetivamente aproximado daquele revelado pelo concept que lhe deu origem. Neste caso, falamos do Kai, estudo apresentado durante o Salão de Tóquio de 2017. Este destacava-se pela dianteira alongada devido à colocação recuada do primeiro pilar, e pelo desenho do último, largo e bem definido. Ambas as soluções são essenciais na forma como contribuem para o design assumidamente desportivo desta quarta geração do familiar japonês.
Um compacto familiar para quem gosta de conduzir
Se há, neste momento, uma marca que sabe explorar a vertente mais emocional da condução dos seus automóveis, é a Mazda. Tomando como ponto de partida a excelência da dinâmica do seu MX-5, nos últimos anos, temos encontrado nos restantes modelos da marca de Hiroshima uma idêntica competência dinâmica a que é impossível ficar indiferente. Como seria de esperar, a nova geração do Mazda 3 não é excepção. Relativamente à geração anterior, perdeu a estrutura multibraços do eixo traseiro. No entanto, em curva, mantém a elevada agilidade que sempre lhe foi reconhecida.
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Ao volante, as boas sensações surgem com a mesma rapidez que os comentários que aprovam o design. A direção é rápida e precisa e a sensação transmitida pela caixa de velocidades é das melhores do segmento. A posição de condução baixa é excelente, ideal para quem gosta de se deixar levar nas curvas. Por outro lado é pena que a visibilidade traseira seja tão reduzida. O design condiciona aquilo que vemos para trás, mais ainda quando neste nível de equipamento o Mazda 3 não está equipado com câmara traseira, o que seria uma boa ajuda para as manobras mais apertadas.
Mesmo quando “calçado” com pneus pouco focados no comportamento, com perfil elevado, é nas curvas que o chassis deste Mazda mais se gosta de mostrar. A afinação decidida da suspensão impede a carroçaria de se movimentar em demasia nas mudanças de direção mais bruscas e permite desfrutar de bons momentos ao volante caso assim se pretenda. O conforto não sai muito prejudicado (perfil alto dos pneus ajuda), no entanto, o foco deste novo 3 está, claramente, na eficácia dinâmica.
Novo motor 1,8 Skyactiv-D substitui 1,5
Relativamente ao novo motor 1.8 Skyactiv-D, estreado no CX-3, este destaca-se dos propulsores da concorrência por não necessitar de AdBlue para cumprir com a regulamentação das emissões ambientais. Com 116 cavalos e 270 Nm, supera o antigo motor 1.5 Skyactiv-D quer em potência, quer em binário e isso nota-se ao carregar no acelerador. Mais possante e responsivo, o maior pulmão do motor 1.8 é um grande argumento do novo Mazda 3. Para além disso, está bem insonorizado e apresenta um trabalhar refinado. Mesmo quando por ele puxamos, algo de que este Diesel gosta.
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Se por fora a pouca superfície vidrada lhe confere um aspeto musculado e decidido, a verdade é que esse argumento atrapalha quando passamos ao habitáculo. Os ocupantes da frente não têm, certamente, razões de queixa. Já no banco de trás, a pouca luz natural que lá chega é pouco convidativa a grandes viagens. Mais ainda se estivermos a falar de crianças. Estas podem não achar muito simpática a sensação de claustrofobia causada pelas pequenas janelas e pelo enorme pilar C. O espaço disponível no banco traseiro não está entre os melhores do segmento, mas para uma utilização normal, com dois adultos de estatura média, este não causa grandes apertos.
A capacidade da mala é de 358 litros, um valor que também não o deixa muito bem colocado se considerarmos os seus principais concorrentes. Mesmo não sendo a versatilidade um dos seus maiores argumentos, o rebatimento do encosto do banco traseiro permite criar um plano de carga ininterrupto. Assim, é mais fácil fazer deslizar os volumes mais pesados para o interior
Falta-lhe a câmara, mas lista de equipamento é completa
Nos lugares da frente, como referido acima, a experiência é bem diferente. As boas regulações dos bancos, bem desenhados, são sinónimo de conforto. No caso do condutor, a ampla regulação do volante permite que seja muito fácil encontrar uma posição ideal de condução. O tablier de design minimalista utiliza materiais de qualidade, agradáveis ao toque acima da linha média. O painel de instrumentos permite uma leitura clara das informações e o ecrã central integra o novo infotainment da marca. Embora não seja tátil, o sistema é fácil e intuitivo de utilizar através do comando rotativo ao centro da consola. No que diz respeito a equipamento, a oferta é vasta logo a partir do nível Evolve, este que conduzimos. Elementos como o head up display e os alertas de ângulo morto e de saída de faixa são de série. Para quem valoriza uma lista de equipamento ainda mais completa, o nível Excellence é a escolha ideal.
Modelos como este são um bom exemplo de como vivemos numa época diferente no que aos automóveis diz respeito. Comprar um carro japonês era, até há uns anos atrás, sinónimo de uma compra segura, informada, fiável, mas pouco emocional. Hoje em dia a história é muito diferente, bem menos cinzenta e bastante mais inspirada e irreverente. A bordo deste 3, as habituais sensações de qualidade e robustez estão lá todas. Porém, as linhas emotivas da carroçaria e a dinâmica entusiasmante fazem também parte da oferta de série do mais recente dos Mazda.
Preço e IUC
Preço: 30 705 €
IUC: 224,3 €
Ficha técnica
Motor e transmissão
Colocação: dianteira, transversal
Cilindrada: 1759 cc, quatro cilindros em linha
Alimentação: injeção common-rail, gasóleo
Potência: 116 cavalos às 4000 rpm
Binário: 270 Nm entre as 1600 e as 2600 rpm
Caixa: manual de 6 velocidades
Consumo e performance
Consumo médio declarado: 4,8 lt/100 km
Consumo médio verificado: 6,0 lt/100 km
Aceleração 0-100 km/h: 10,3 seg.
Velocidade máxima: 199 km/h
Dimensões
Comprimento/largura/altura: 4460 mm/1795 mm/1435 mm
Capacidade da mala: 358 litros
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