Fomos até à Lousã para assistir à festa do Rally de Portugal
Aquilo que nos tira de casa é exatamente aquilo que lá não entra pela televisão. O som brutal dos motores e, acima de tudo, o ambiente mágico proporcionado pelos milhares de fãs.
Na noite anterior coloquei o despertador para as 4:30 da manhã. A longa viagem assim o obrigava. E se queria estar no troço da Lousã bem cedo para assistir ao Rally de Portugal, nem podia ser de outra forma. Num dia como este, acordar não custa e a viagem não cansa.
No entanto, a pausa para tomar café numa área de serviço é obrigatória. Ali, ainda a meio caminho, já se respirava um pouco do ambiente do rali. As roupas alusivas aos ralis de quem por ali andava não deixavam margem para dúvidas. Íamos todos para o mesmo. Já perto da Lousã, fui obrigado a encontrar um atalho para chegar ao meu destino. E não pelos melhores motivos. Um grave acidente obrigou ao corte da estrada e a GNR encaminhou o longo comboio de carros para um percurso alternativo.
Leia ainda: Ford comemora vitórias em Le Mans com decorações especiais nos GT
Já muito perto da zona da classificativa, em plena Lousã, os carros amontoavam-se nos campos e invadiam os passeios. Assim, a multidão era obrigada a deslocar-se pela estrada. O mar de gente indicava o caminho para o início do acesso à zona espetáculo. Uma íngreme subida de terreno acidentado, uma primeira etapa para os milhares que ali se deslocaram. Muitos deles carregados com cadeiras e geleiras, preparados para assistir à prova como se estivessem no conforto de casa.
Rapidez e sonoridade dos WRC impressiona
Mas aquilo que nos tira de casa é exatamente aquilo que lá não entra pela televisão. O som brutal dos motores e, acima de tudo, o ambiente mágico proporcionado pelos fãs que vibram à passagem dos carros e dos pilotos de rali mais rápidos do planeta. Nem a imensa nuvem de poeira que se levantava após a passagem de cada carro afastava aqueles que mais perto estavam da ação.
De manhã, escolhi uma zona mais lenta, no meio da densa floresta. Para a segunda passagem, mudei para uma zona com menos árvores, mas bem mais rápida. Quer num sítio, quer noutro, o contato visual com os WRC foi bem curto, tal era a rapidez com que rasgavam a Serra da Lousã. Regressei cansado e completamente coberto de pó, mas em êxtase para acompanhar o resto da prova que viria a ser ganha pelo Toyota Yaris de Ott Tänak. Venha 2020! Viva o Rally de Portugal!
Percorra a galeria e veja algumas imagens do Rally de Portugal.
Fotos: Citroën Racing; M-Sport; Hyundai Motorsport; Toyota Gazoo Racing